top of page

Antes do Contato com os colonizadores.

PAITER - O INICIO 

Antes da chegada dos europeus, os povos indígenas do Brasil viviam de maneira harmoniosa com a natureza e seus recursos. As tribos eram autossuficientes e organizadas, com suas próprias crenças e costumes. Os anciãos eram os responsáveis por ensinar os jovens sobre as tradições, as práticas agrícolas e os rituais sagrados.

No entanto, em 1500, a chegada dos portugueses no Brasil e o início da colonização mudaram drasticamente a vida dos povos indígenas. Os europeus trouxeram doenças, como a varíola e o sarampo, para as quais os indígenas não tinham imunidade, o que levou à morte de milhares de pessoas.

A exploração dos recursos naturais e a busca por ouro, prata e outros metais preciosos levaram à escravidão dos povos indígenas. Os indígenas foram forçados a trabalhar em minas e plantações, sofrendo maus-tratos e condições desumanas. Durante o período colonial, foram tomadas terras indígenas para a construção de estradas, como a BR-364 e a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

Durante a ditadura militar no Brasil, a colonização do norte do país intensificou-se, e os povos indígenas foram ainda mais marginalizados. As terras foram tomadas, e os indígenas foram deslocados para outras áreas, muitas vezes sem condições de sobrevivência adequadas.

A igreja teve um papel importante na colonização do Brasil, muitas vezes agindo em nome da coroa portuguesa. Os missionários religiosos cristãos entraram em contato com os povos indígenas, tentando convertê-los à sua fé. Isso muitas vezes foi feito à força, com a destruição de culturas indígenas e a imposição de novos valores.

Hoje em dia, existem ainda povos indígenas que vivem isolados na floresta, muitas vezes como uma forma de sobreviver aos conflitos e doenças causados pelo contato com a sociedade não indígena. No entanto, esses povos continuam a enfrentar ameaças, como a perda de suas terras para a exploração de recursos naturais e a falta de respeito e reconhecimento por suas culturas e direitos.

Na década de 60, nosso povo estava próximo à região de Cuiabá-MT e também próximo ao Rio Guaporé. Cada vez que os não indígenas se aproximavam, íamos mais longe. Nessa época, a política brasileira era focada em trazer pessoas para essa região, construindo a estrada de ferro Madeira-Mamoré e a BR-364. Com vários povos indígenas fugindo e muitos povos na mesma região, os conflitos e as guerras eram inevitáveis para proteger nossas famílias e territórios. De um lado, os povos indígenas buscando estabilidade para viver, e do outro lado, a migração de uma população gigantesca de não indígenas. Nós estávamos cansados ​​de guerrear e de fugir, estávamos fragilizados.

As lideranças da época decidiram por uma estratégia de sobrevivência: tentar o contato e se fixar naquele território, que hoje é conhecido como Território Sete de Setembro. No dia 7 de Setembro de 1969, aconteceu o contato definitivo e oficial.

Contando a história com mais detalhes, os Paiter mantêm na lembrança, transmitida de pai para filho, um tempo em que teriam emigrado da região de Cuiabá para Rondônia, no século XIX, fugindo da perseguição de brancos. Na fuga, eles entraram em conflito com outros grupos indígenas e não indígenas. De fins do século XIX até a década de 20, com a exploração da borracha, a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré e a instalação das linhas telegráficas por Rondon, houve um grande fluxo migratório para Rondônia, o que teve impacto sobre a população indígena da região, resultando em muitas lutas e mortes. De 1940 a 1950, um novo ciclo econômico da borracha e a mineração de cassiterita promoveram um crescimento de 50% na população do então Território Guaporé (criado em 1943 e que veio a se chamar "Território de Rondônia" em 1956, em homenagem a Cândido Rondon). Consequentemente, sobretudo a partir dos anos 50, os Suruí Paiter tiveram que abandonar novamente as aldeias. Essa época é lembrada em cantos e relatos, como o do herói Waiói, que já havia convivido com não indígenas no início do século XX e que, sem ser acreditado, contava aos seus parentes sobre a vida daquela gente que comia arroz e feijão e tinha panelas, facões, machados e armas de fogo.

A migração tornou-se ainda mais intensa a partir dos anos 60, quando Rondônia se tornou uma das áreas de maior expansão agrícola. A rodovia Cuiabá-Porto Velho (BR-364) foi concluída em 1968 e a população de Rondônia passou de 85.504 em 1960 para 111.064 em 1970 e para 490.153 em 1980. Entre 1977 e 1983, o número de migrantes foi calculado em 271.000, representando 14% da população total do estado em 1980. Um crescimento tão significativo resultou em conflitos fundiários e pressão sobre as áreas indígenas. O quadro de crescimento econômico e aumento das desigualdades sociais acirrou conflitos entre os índios e fazendeiros, agricultores, seringueiros e outros extrativistas.

Os Suruí Paiter foram oficialmente contatados pela Funai em 1969, por meio dos sertanistas Francisco Meirelles e Apoena Meirelles, no então acampamento da Funai, Sete de Setembro, quando nesse ano visitaram o acampamento, fundado um ano antes, no dia sete de setembro de 1968 (esse ficou sendo também o nome da principal aldeia Suruí, contígua ao posto). Os Suruí só passaram a morar de forma permanente no posto em 1973, quando vieram buscar assistência médica em razão de uma epidemia de sarampo que matou cerca de 5000 mil Indigenas. 

  • googlePlaces
  • facebook
  • instagram
  • youtube

contato@paiter-surui.com

Território Indigena Sete de Setembro, estados de MT - RO, 78110-000 - 76.995-000, Brasil.

todos os direitos reservados aos Paiter Suruí

©2022 por Comunicação Paiter Suruí 

bottom of page